A metodologia usada no Brasil para projetar rodovias tem defasagem de quase 40 anos em relação a países como Estados Unidos, Japão e Portugal. A revelação é de estudo inédito, divulgado nesta quinta-feira (24/8), pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Entre os métodos defasados, está a inexistência do impacto das variações climáticas sobre as técnicas e os materiais utilizados na construção de rodovias. Enquanto Portugal, país do tamanho de Pernambuco, utiliza três zonas para fazer esse cálculo, o Brasil não faz essa diferenciação.
Defasagem
Denominado de “Por que os pavimentos das rodovias brasileiras não duram?”, o estudo conclui que, quando se trata de pavimentação de rodovias, o Brasil utiliza metodologias ultrapassadas para o planejamento de obras; apresenta deficiências técnicas na execução; investe pouco e falha no gerenciamento de obras, na fiscalização e na manutenção das pistas.
Assim, obras são entregues fora dos padrões mínimos de qualidade, exigindo novos gastos para correção de defeitos que podem corresponder a até 24% do valor total da obra.
De acordo com o estudo, a má qualidade dos pavimentos se agrava com a falta de investimentos em manutenção preventiva. Grande parte das rodovias brasileiras foi construída na década de 1960. Especialistas avaliam que a maioria já ultrapassou a vida útil prevista no projeto, porém, sem receber manutenção adequada nesse período.
Desafios
A direção da CNT aponta que, além de melhorar a qualidade das rodovias, o Brasil precisa fazer fortes investimentos em transporte e logística para ampliar e diversificar a matriz de transporte do Brasil.
“Precisamos de uma política de transporte multimodal e integrada, com garantia de investimentos consistentes, a longo prazo, para superar o atraso em infraestrutura”, diz o presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade. (Com informações da CNT)
Por Comunicação FETRAM